sábado, 7 de julho de 2012

O Palhaço


Repare-se no belo texto que certo indivíduo sem vergonha na cara decidiu pincelar (publico tudo, mas para quem não gosta e perder tempo, fique-se pelo meu bold/sublinhado):

"Meu Caro José Antunes, 


No artigo de Opinião do Prof. Miguel Guimarães publicado no número desta semana (Tempo Medicina datado de 2 de Julho de 2012, número 1488), que acaba de me enviar, é-me atribuída uma afirmação que eu nunca fiz, que ele nunca ouviu e que não sei de onde surgiu [os médicos são uns privilegiados e não querem trabalhar]. Sobre a “minha” frase constrói a ideia de que eu estaria contra os Médicos e contra o Direito à Greve o que, obviamente, não é verdade. Como eu tenho o Prof. Miguel Guimarães na conta de ser uma pessoa de bem, ficarei grato se lhe fizer chegar esta minha nota com um pedido de desmentido. Muito se tem dito, opinado, inventado e construído sobre afirmações minhas. Não temo corporações, nem grupos de interesses e não me desmotivarei por ataques pessoais que apenas me são dirigidos por quem sabe da minha inabalável fé na convicção da luta pela verdade. Os Médicos são muito mais do que quem os diz representar e, enquanto Médico, não preciso de, nem aceito, lições de ética e responsabilidade de ninguém, em particular de dirigentes que olham mais para os seus interesses egoístas. Não respondo a ataques feitos por gente menos educada ou manifestamente maldosa, nalguns casos pouco inteligente, e quase sempre muito despeitada. Reagirei às mentiras e serei incansável na defesa do interesse público. Sobre serviço público, capacidade de sacrifício e mau salário sei tudo o que há para saber e tanto mais quanto nunca exerci outra forma de prestação de serviços médicos que não fosse através do SNS ou do Estado. Como tenho consideração e estima pessoal pelo Prof. Miguel Guimarães, que nunca confundi com dirigentes de fraco gabarito intelectual e ético,será importante que esta minha nota seja publicada. Não o misturo com aqueles que transmitem uma imagem errada dos Médicos e estou certo que o Prof. Miguel Guimarães também sabe que o meu pensamento e comportamentos são transparentes, deontologicamente inatacáveis e que estou bem mais preocupado com os Doentes, a Medicina em Portugal e a sustentabilidade do SNS, do que alguns agentes políticos e dirigentes de organismos profissionais que apenas fazem demagogia e alimentam confusões junto dos Médicos e da população. Os Médicos não merecem que se lhes minta, nem se deixarão instrumentalizar. Em Portugal, infelizmente, tem-se assistido a uma diminuição progressiva do nível da discussão sobre a Nossa profissão e isso é lamentável. Perdem os Médicos e perdem os Portugueses. O Prof. Miguel Guimarães terá, se o quiser, um papel importante e muito relevante na defesa dos interesses dos Médicos e, por isso mesmo, lhe peço que medite no que aqui escrevi e tenha a gentileza de me perguntar o que eu disse, antes de escrever sobre confabulações ou construções de frases que não são verdadeiras ou correspondem a interpretações fora de contexto. Para si, Senhor Professor, terei sempre a mesma atenção que dou a todos os Colegas que pretendem ter conversas sérias e construtivas. Como sabe, o meu gabinete está sempre aberto a quem me procura.


Cumprimentos, Fernando Leal da Costa, Médico, exercendo o cargo de Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde"


Agora, recordem lá a afirmação aqui.


Parece mentira, e eu não tirei apontamentos enquanto ouvia (e voltava a ouvir), mas podia jurar que ele diz qualquer coisa como "(...) enquanto há outro grupo, bem mais privilegiado e bem melhor, que não quer trabalhar (...)", salvo anomalia otorrinolaringológica grave que me assole.
A única explicação, portanto, é que esse outro "grupo" privilegiado a que ele se referia, e que não quer trabalhar, fosse, afinal, outro que não os médicos que, estúpidos, enfiaram logo a carapuça (-risadinha icontida-).


Enfim, assim anda a caravana, neste país com governantes de faz-de-conta, com um nível tão rasteiro que já parece roçar a esquizofrenia.
O que se pode portanto esperar distorealisticamente, meus senhores?

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